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Dicas de Bebidas

Vinho e Cerveja: o que essas duas bebidas têm em comum

18 julho 2020
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Não é de hoje que essas duas bebidas têm fatos em comum. Conheça um pouco do que a história conta sobre a proximidade entre elas!

Os amantes do vinho e os da cerveja costumam tratar essas bebidas como relacionadas a contextos completamente opostos. Em partes, isso pode até ser encarado como verdade. Em partes!

A cerveja, pelo menos aqui no Brasil, está mais ligada ao calor e costuma embalar festas, partidas de futebol, bares, praia, churrasco, entre outros momentos descontraídos. O vinho, por sua vez, está associado a jantares intimistas, climas frios e por aí vai. 

Mas, e se a gente te disser que, a começar pela história, vinho e cerveja têm muito mais em comum do que você imagina? Descubra agora quais são os elementos que aproximam essas duas bebidas. 

Vinho e cerveja: criados pelo acaso pelas mãos de mulheres

Dizem os especialistas em vinho e cerveja que essas duas bebidas, criadas a partir do processo de fermentação, surgiram do acaso. Acredita-se que, por acidente, elas passaram a fazer parte da rotina dos povos antigos.

Com o vinho, por exemplo, historiadores afirmam que é impossível apontar precisamente o local e a época em que ele foi criado pela primeira vez. Isso se justifica pelo fato de que a fermentação natural de um cacho de uva caído, potencialmente, torna-se um tipo de vinho.

Estima-se que a descoberta das primeiras sementes de uvas data de 8.000 a.C. Isso teria impulsionado, como consequência, o surgimento da viticultura, ou seja, de um plantio e colheita de uva realizados sob intervenção humana. 

Por isso, acredita-se que os vinhos tenham surgido também nesse período. Existe uma velha fábula persa que tenta explicar como a bebida surgiu. Diz a lenda que uma rainha, após perder o amor do rei, decidiu cometer suicídio. 

Ela o faria ingerindo uma taça de suco de uva “estragado”. No entanto, depois de beber, ela notou que seu humor havia se transformado. Isso fez com que ela reconquistasse o amor do rei.

A partir de então, a bebida passou a ser considerada como um verdadeiro elixir do amor. Por aí, você já deve imaginar a quantidade de eventos que passaram a ser embalados pela bebida. 

No contexto da cerveja, um possível acidente teria implicado na descoberta da bebida. Por volta de sete mil anos atrás, na Mesopotâmia, cabia à mulher colher os grãos e colocá-los para cozinhar, a fim de criar algo similar ao pão.

Conta-se a história de que um recipiente cheio de grãos acabou esquecido ao relento. A chuva foi responsável pela germinação deles, iniciando o processo de malteação, que gerou enzimas necessárias para a fabricação da cerveja.

Para não desperdiçar os grãos, a mulher os colocou para aquecer. A surpresa foi o resultado: um líquido açucarado que, logo após de resfriado e mantido em guarda, já apresentava as bolhas da fermentação espontânea. Surgia, assim, a cerveja primitiva.

Líquidos sagrados

No antigo Egito, vinho e cerveja eram considerados líquidos sagrados. Por essa razão, os faraós ateavam fogo nos vinhedos, com o objetivo de oferecê-los aos deuses. Se você gosta de história antiga, já deve ter ouvido falar sobre a tumba de Tutancâmon.

Em 1922, ela foi descoberta e, graças aos arqueólogos, a história do 11º faraó da XVIII Dinastia do Novo Império foi compartilhada e abriu várias portas para que cientistas de diferentes áreas pudessem estudar outros aspectos da história egípcia. 

Um deles diz respeito à vitivinicultura dos primórdios da humanidade. Alguns dos primeiros objetos encontrados na tumba foram vasos e ânforas, que eram utilizados no processo de fermentação e transporte da bebida.

Além deles, foram descobertos hieróglifos que revelam as terras descritas como “pomares de vinhas”. As uvas eram cultivadas nesses espaços, localizados em Fayum, que fica a 130km do Cairo, e no delta do Nilo. 

Uma das grandes revelações que os arqueólogos tiveram acesso é que o vinho tinha uma representação simbólica tão importante que cada faraó possuía seu próprio vinhedo. A produção do vinho era destinada a diferentes situações.

Ele era usado em ritos dos funerais, consagrações e comemorações importantes do calendário egípcio. Além disso, a bebida fazia parte das refeições diárias dos faraós e era utilizada como oferenda no culto aos deuses.

Vale dizer que o vinho não era uma bebida popular. Só poderiam consumi-lo o soberano e seus convivas. Isso pode ser umas das razões pelas quais algumas pessoas associam vinho a momentos mais formais, por exemplo.

Da mesma forma, os sacerdotes utilizavam a cerveja para realizar rituais sagrados. Uma das divindades relacionadas à bebida era Hathor, conhecida como “Senhora da Bebedeira”.

Essa figura lendária está citada no mito “A Destruição da Humanidade”, que era rememorado no Festival da Bebedeira. A comemoração era realizada no início do ano egípcio, na estação Akhet, entre o final de julho e início de agosto. 

Sinônimos de festas e comemorações

Outra semelhança entre vinho e cerveja é que, ao longo dos séculos, eles foram tratados como as grandes estrelas de banquetes, festas e comemorações. Atualmente, isso não é muito diferente, para a nossa alegria. 

Inclusive, essas bebidas dividem o mesmo espaço de eventos sociais e corporativos, atendendo a todos os tipos de gosto e paladar. E, por falar, nisso, opções não faltam para quem deseja se aprofundar na arte da degustação de vinho e cerveja.

Desde rótulos mais simples e acessíveis, até os mais sofisticados, as duas bebidas têm dado um verdadeiro show de aroma e sabor. Isso sem contar nas possibilidades de harmonização, que fazem com que cada degustação seja única.

Agora você já sabe que vinho e cerveja estão mais próximos do que a gente podia imaginar. Portanto, não estranhe se você estiver em um churrasco e se deparar taças e tulipas.

Afinal, se tem uma coisa que pode e deve ser democrática na vida é a razão para apreciar o melhor que essas bebidas têm a nos oferecer. Aproveite que você está aqui em nosso blog para descobrir outros universos que começam pela escolha de um rótulo. 

Escrito por: Wine