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Sommelier Wine

Como saber qual é o corpo do vinho

14 janeiro 2015
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Do mais leve ao encorpado, o que é preciso saber para definir qual é o corpo do vinho? Descubra aqui.

Explicar uma sensação com palavras não é uma tarefa fácil. Isso, porque devemos levar em consideração fatores que interferem na forma como cada um percebe cada coisa, como alterações fisiológicas, questões emocionais, cansaço, alimentos consumidos antes da degustação, etc.

Essa dificuldade torna a arte de falar de vinhos em uma verdadeira “Torre de Babel”, com várias escolas de degustadores criando seus termos e interpretações. E quando o assunto é o corpo do vinho, isso não é diferente.

O francês Émile Peynauld, em seu livro “O Gosto do Vinho”, faz uma referência à estrutura ou corpo do vinho usando os seguintes termos em sentido crescente de densidade: esquelético, magro, bastante encorpado, muito encorpado e pesado.

Já o também renomado italiano Giancarlo Bossi, em seu livro “Teoria e Prática da Degustação dos vinhos”, fala que um vinho em relação ao corpo pode ser magro, ligeiro de corpo, de bom corpo, muito encorpado e massudo.

A nós cabe o ato de simplificar. Então, vamos lá! Quando falamos em corpo do vinho, nos referimos à sensação de maior ou menor densidade que a bebida apresenta em boca.

Dica de leitura:  Vinho Chianti: conheça o clássico italiano

Seguindo esse pensamento, nós optamos por palavras que representam as diferenças de corpo de um vinho de forma mais objetiva. Olha só…

As diferenças de corpo do vinho

Ralo ou aguado – vinho de mínima densidade, próximo à sensação de beber um refresco.

Leve – vinho que apresenta estrutura. Delicado, porém de qualidade.

De médio corpo (ou de bom corpo) – vinho com corpo nítido, de boa densidade, mas sem ser encorpado. Uma grande parte dos vinhos produzidos se encaixa nesta faixa, inclusive os mais versáteis em termos de harmonização enogastronômica.

Encorpado – vinho nitidamente denso, muitas vezes até viscoso, concentrado.

Pesado – vinho excessivamente denso, às vezes, devido a um desequilíbrio dos seus componentes.

O curioso é que há certas variedades de uvas que podem gerar vinhos mais encorpados com maior facilidade (tannat, cabernet sauvignon, nebbiolo, etc). Porém, por si só, não garantem esse resultado, pois as técnicas usadas na vinificação podem ser determinantes na concentração da bebida.

Para que a comunicação também não fique cansativa com o uso constante dos mesmos termos, há palavras que usamos como sinônimos para vinhos leves, como delicado e fino.

Dica de leitura:  A vez dos vinhos portugueses

Já os encorpados, também chamamos de corpulentos, robustos, espessos, densos e concentrados. E para um vinho de corpo médio, termos como de média densidade ou de média concentração são utilizados.

Após aprender tudo isso, nada como entender na prática. Junte os amigos e deguste os três vinhos abaixo em uma mesma ocasião para perceber as diferenças. Boa degustação!

Vinho de corpo leve

Ropiteau Frères Bourgogne Pinot Noir 2011 – Um tradicional tinto de Bourgogne, com a pinot noir exibindo aroma de frutas vermelhas, notas de carvalho e paladar saboroso.

Vinho de corpo médio

Ventisquero Reserva Merlot 2012 – Tinto estruturado, aromático e muito saboroso. Desde 2000, a Viña Ventisquero conseguiu identificar qual a melhor região para cada tipo de uva.

Vinho encorpado

Tenuta Sant’Antonio Valpolicella Superiore Ripasso Monti Garbi 2012 – Os taninos são firmes e maduros, com toques de pimenta negra e muita fruta madura. É fermentado nas borras do Amarone, ícone italiano.

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