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Curiosidades

Histórias de imigração

20 setembro 2018
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A jornada secular de imigrantes do Velho Mundo para o Novo Mundo, que, até hoje, contribuem para a produção de vinhos.

Desde a era das grandes navegações e dos descobrimentos, ao longo do século XVI, exploradores europeus desenvolveram técnicas, originalmente rudimentares, para transportar suas preciosas vinhas para os continentes americano, africano e para a Oceania – o assim chamado Novo Mundo.

Longas e tortuosas, as viagens exigiam que houvesse bebida a bordo, e os pontos estratégicos e destinos finais precisavam do suficiente para o reabastecimento dos navios.

Mas a cultura vitivinícola em larga escala nesses novos centros era praticamente inexistente até o início do século XX, quando a gigantesca onda de imigração levou especialistas e entusiastas europeus a destinos de clima e solo ideais e até então inexplorados, como Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Estados Unidos, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Fugindo de guerras ou simplesmente buscando melhores oportunidades e um futuro mais digno, os recém-chegados portugueses, espanhóis, franceses, italianos, alemães e europeus de maneira geral souberam aproveitar as excelentes condições de cada um destes novos destinos para iniciar uma história duradoura e revolucionária no mundo dos vinhos.

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Histórias de sucesso dessas novas, e muitas vezes inusitadas, parcerias floresceram por todo o Novo Mundo; a vinícola espanhola Miguel Torres, por exemplo, é um case de excelência na região chilena do Vale do Curicó.

Presente no país desde o final dos anos 1970, a produtora se empenhou em viabilizar melhorias e evoluções tecnológicas, investimento em vinhas e métodos de colheita e novas combinações de uvas nativas e europeias, sempre respeitando sua tradição secular. Além disso, a empresa adota uma rigorosa política de sustentabilidade, que abrange todas as etapas da cadeia de produção.

Em Mendoza, Argentina, a emblemática Bodega Iaccarini foi fundada em 1903 pelo imigrante italiano Don Pascual Iaccarini, que, mais que uma lenda, ajudou a moldar a viticultura local, contribuindo intensamente para seu desenvolvimento e doando terras que, hoje, sediam importantes escolas – uma delas a instituição agrotécnica que forma enólogos na região.

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Já a sul-africana Nederburg, mais condecorada vinícola do país, tem suas raízes 100% fincadas na Alemanha. Sua reputação de rigor germânico e excelência em tecnologia, qualidade e tradição dos seus vinhos de estilo clássico, que misturam uvas tradicionais e locais – como é o caso da Pinotage –, alavancou a popularidade de seus rótulos na Europa, nos EUA e em diversos mercados consumidores de bons vinhos.

Esses são alguns exemplos da riqueza cultural desse intercâmbio entre Velho Mundo e Novo Mundo que contribuem para o desenvolvimento da viticultura mundial e são responsáveis por rótulos excelentes e muito únicos.

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