O curioso Tastevin

Para alguns pode até parecer um cinzeiro, mas o acessório na imagem acima, o Tastevin, já foi essencial no mundo dos vinhos.  O item foi criado por antigos vinicultores da Borgonha, no início do século XVII, para avaliar a limpidez e a cor dos vinhos, em uma época em que a luz nas adegas era proveniente apenas de velas.

A partir daí, seu uso espalhou-se rapidamente nos séculos seguintes. Ele era produzido, geralmente, com prata para evitar que se quebrasse facilmente. Existem dois modelos de tastevin: o bordalês, que possui uma alça plana, e o borgonhês,  que é o mais usado pelas associações de sommeliers e possui uma alça com anel.

A origem do seu nome vem da contração de duas palavras francesas, tasse (taça) e vin (vinho) e, originalmente, era chamado de tasse a vin. Outra associação possível do seu nome é com a palavra tester ou tater, que significa provar. Em Portugal e no Brasil seiscentista, esse objeto era chamado de tamboladeira.

O tastevin ficava preso a uma fita ou corrente ao redor do pescoço do profissional, que o destacava para fazer uso. Para avaliar os vinhos brancos seguravam-no com a mão esquerda, servindo o vinho com a mão direita. Já na avaliação dos tintos, o processo era ao contrário. O tastevin nunca é usado com espumantes porque não permite avaliar a perlage.

Atualmente, mesmo sendo substituído por taças de degustação, o tastevin tornou-se um símbolo do sommelier.  Existem até confrarias importantes que o usam como uma espécie de item para identificação do sócio, como a Confrérie des Chevaliers du Tastevin, da Borgonha. Além disso, tornou-se objeto de coleção, podendo atingir centenas ou até milhares de dólares.