Como ler rótulos de vinhos franceses
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Veja o que significam alguns termos estampados nos diferentes rótulos de vinhos franceses, especialmente os de Bordeaux.
Entender por completo rótulos de vinhos franceses nem sempre é uma tarefa simples. Para quem não está familiarizado com alguns termos no mundo dos vinhos e, especificamente, das diferentes regiões produtoras no país, alguns pontos podem passar despercebidos.
Para que isso não aconteça com você, pontuamos algumas menções utilizadas pelos produtores de regiões, como Bordeaux, e o que elas significam. Veja só:
– Mis en bouteille au château, Mis en bouteille au domaine e Mis en bouteille à la propriété: São menções equivalentes. Reforçam a identidade do vinho, confirmando que o vinho foi engarrafado na propriedade.
– Grand Vin de Bordeaux: Se o vinho for de Bordeaux, no rótulo é obrigatório fazer referência a essa região. Além dessa tradicional menção, os produtores também podem usar Vin de Bordeaux, Bordeaux ou apenas exibir o brasão da região.
Das 60 denominações que os vinhos de Bordeaux podem ter, mas existem duas que garantem maior flexibilidade ao produtor para elaborar os vinhos com uvas de qualquer vinhedo da região. São elas:
– Bordeaux: Geralmente, são vinhos mais jovens, frutados e de consumo mais imediato. Não necessitam de amadurecimento em barricas de carvalho. Menor potencial de guarda.
– Bordeaux Supérieur: Devem passar por um amadurecimento de, no mínimo, 9 meses em barricas de carvalho. Possuem potencial de guarda maior que Bordeaux.
– Certificações: Existem três principais para os vinhos de qualidade:
* Appellations d’Origine Contrôlée (AOC): O produtor deve ter uma licença e obedecer a rigorosas regras para a produção em determinada origem geográfica.
* Vin Délimité de Qualité Supérieure (VDQS) – A mais difícil de se ver por aí. Regras menos rígidas que AOC, mas também determina exatamente onde as uvas foram colhidas.
* Vins de Pays (VDP) – a reforma europeia de 2009 trocou esse termo por IGP (Indication Géographique Protégée), Ele indica uso de regras menos rigorosas, que permitem ao produtor maior liberdade para a produção do estilo de vinho que quer elaborar.
– Nome do vinho: Pode ter escrito o nome Château ou Domaine e trazer na estampa um castelo ou brasão.
– Uvas: Na França, não é obrigatório ter o nome das uvas no rótulo. Algumas regiões, como a Alsácia, costumam estampá-las.
– Classificações: Nas regiões de Médoc, Graves e Sauternes, em 1855, foi feita uma classificação com cinco escalões de qualidade para os vinhos, na qual os chamados Premier Cru Classé estão no topo, seguidos em ordem decrescente dos Deuxièmes (2° crus) aos Cinquièmes (5° crus).
Ainda em Bordeaux, só que em Saint-Emilion, há mudanças. Em 1954, uma classificação colocou no topo da qualidade regional onze vinhos denominados como Premiers Grands Crus.
– Cru Bourgeois: Em Bordeaux, o termo se refere a uma categoria de vinhos de Médoc não classificados, mas de excelente qualidade.
– Blanc de Blancs: Termo muito comum em Champagne. Significa que só foram utilizadas uvas brancas na elaboração da bebida.
– Blanc de noirs: Só utilizaram uvas tintas.