Vinho Lambrusco: leve, frisante e cheio de personalidade

Clássico italiano da boa mesa, o Lambrusco é sinônimo de leveza, fruta e frescor, aquela taça vibrante que combina com encontros descontraídos e comidas do dia a dia.

Com borbulhas finas e teor alcoólico geralmente moderado, ele pode ser tinto, rosé ou branco, seco a doce, e aparece em diferentes estilos que vão do “aperitivo perfeito” ao par certeiro para pizzas, massas e embutidos. 

Se você quer entender o que é o Lambrusco, como ele é produzido, quais são as uvas da família e como harmonizar sem erro… Está no lugar certo!

Este guia traz tudo o que importa sobre o Lambrusco, com dicas de serviço para tirar o máximo de cada gole.

O que é o vinho Lambrusco?

Lambrusco é o nome de uma família de uvas nativas do norte da Itália e também dos vinhos produzidos com elas. Em taça, costuma ser frisante (pressão mais baixa, borbulhas delicadas) e, em alguns casos, espumante (espuma mais persistente). A versão tinta é a mais tradicional, mas há excelentes rosés e brancos.

Sua origem é na Emília-Romanha (províncias de Modena, Reggio Emilia e Parma) e em parte de Mântua (Lombardia). É vinho de vocação gastronômica, feito para acompanhar a culinária regional rica em embutidos, massas e queijos.

Seu perfil frutado, leve a médio no corpo, acidez refrescante, borbulha macia e teor alcoólico moderado. Ou seja, perfeito para quem busca uma bebida versátil e fácil de beber.

Tipos de vinho Lambrusco

• Lambrusco tinto
  Vai de seco (secco) a meio seco (amabile) e doce (dolce). O seco é curinga à mesa (pizzas, embutidos, molhos de tomate); o amabile conquista quem prefere fruta mais doce; o dolce acompanha sobremesas simples e frutas.
  
• Lambrusco rosé
  Delicado, com notas de frutas vermelhas (morango, framboesa) e flores. Excelente para brunch, tábuas de frios leves e saladas com frutas.
  
• Lambrusco branco
  Mais raro, é leve e muito refrescante. Brilha como “welcome drink”, com peixes leves, saladas e pratos frios.

Principais variedades tradicionais do vinho lambrusco

• Lambrusco di Sorbara: normalmente mais claro, delicado, muito perfumado e ácido.  Um show de leveza.
  
• Lambrusco Grasparossa di Castelvetro: cor mais intensa, fruta madura e estrutura (taninos presentes); ótimo com pratos untuosos.
  
• Lambrusco Salamino di Santa Croce: combina a perfume de Sorbara com corpo de Grasparossa — super versátil.

Há ainda outras castas da família (Maestri, Marani, Montericco…), usadas em cortes locais.

Como é produzido o vinho Lambrusco?

• Método Charmat/Martinotti (o mais comum)
  A segunda fermentação ocorre em tanques pressurizados, preservando aromas de fruta e flor. É o que dá ao Lambrusco seu estilo fresco, jovem e acessível.
  
• Frizzante x Spumante
  O frizzante é feito com pressão mais baixa (aprox. 1 a 2,5 atm) e borbulhas sutis — sensação cremosa e leve.
  Já o spumante precisa de pressão mais alta (≥ 3 atm), espuma mais persistente e perlage mais intenso.
  
• Outros estilos
  Em menor escala, há rótulos “rifermentato in bottiglia” (refermentados na garrafa) ou de método ancestral, com leve turbidez e perfil mais artesanal, ambos ótimos para quem gosta de vinhos de pequena produção.
  
• Açúcar residual
  Você encontrará de seco a doce. Ler o rótulo (secco, amabile, dolce) ajuda a escolher o perfil que combina com a ocasião e com a harmonização.

Como servir o vinho Lambrusco?

• Temperatura ideal: 6 °C a 10 °C
  6–8 °C para brancos e rosés; 8–10 °C para tintos, preservando frescor sem “apertar” taninos.  Mantenha em balde com gelo + água para estabilidade.
  
• Taças recomendadas: flûte ou tulipa
  A flûte conserva a efervescência; a tulipa (bojo um pouco maior) valoriza os aromas, ótima escolha para Lambruscos mais aromáticos.
  
• Dicas de abertura e armazenamento
  Abra com cuidado (há pressão), segure a rolha e gire a garrafa. Depois de aberto, use rolha própria para vinhos com gás e consuma em 24–48 horas para preservar o perlage. Conserve sempre bem frio.

Harmonização com vinho Lambrusco

• Aperitivos e tábuas
  Bruschettas, azeitonas, focaccia, queijos frescos (burrata, mozarela), legumes em conserva. O frescor do Lambrusco “limpa” o paladar entre um petisco e outro.
  
• Clássicos italianos
  Pizza (margherita, calabresa, pepperoni), massas ao sugo ou bolonhesa, lasanha, risotos de tomate ou linguiça. O Lambrusco seco equilibra acidez do molho de tomate e o sal dos queijos.
  
• Embutidos e frios
  Presunto cru (Parma), mortadela, salame e copa: casamento tradicional da Emília-Romanha. A borbulha ajuda a cortar gordura, a fruta equilibra o sal.
  
• Carnes e pratos de churrasqueira
  Cortes de gordura moderada, sanduíches de porchetta, espetinhos, frango assado e linguiças artesanais.
  
• Sobremesas
  Para versões amabile/dolce: frutas frescas, tortas de frutas vermelhas, panna cotta e sobremesas não muito doces.

Dica prática: harmonize pela leveza e frescor. Quanto mais seco e ácido o Lambrusco, mais ele pede comidas salgadas e gordurosas; quanto mais doce, melhor com frutas e doces delicados.

Benefícios e curiosidades do vinho Lambrusco

• Versátil por natureza
  Vai bem como welcome drink, à mesa e em momentos casuais. O teor alcoólico moderado convida ao consumo responsável.
  
• Perfil democrático
  Fruta evidente, borbulha gentil e acidez amiga da gastronomia — agrada iniciantes e apaixonados por vinhos leves.
  
• Tradição e identidade
  É embaixador da Emília-Romanha, terra de delícias como Parma, Modena e Bolonha. Não por acaso, combina tanto com a culinária local.
  
• Preços e estilos para todo mundo
  Do secco gastronômico ao dolce para celebrar, há uma gama grande de rótulos e perfis.

O Lambrusco ganhou espaço em festas, jantares informais e brunches, acompanhando a busca por vinhos leves, refrescantes e gastronômicos. A oferta de rótulos importados e acessíveis cresceu, e o público passou a explorar estilos mais secos e DOCs tradicionais.

Para quem quer ampliar repertório, vale alternar entre secco para a comida e amabile/dolce para fechar a refeição com frutas: uma combinação que sempre funciona.

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