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Vinhos Espumantes

A produção de espumantes no Velho Mundo

27 outubro 2022
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As curiosidades sobre a produção de espumantes no Velho Mundo.

m tradução livre, os espumantes norte-americanos e chilenos são chamados de espumantes, respectivamente, sparkling wines e espumosos. Além disso, os brasileiros são conhecidos pela mesma nomenclatura. Independentemente da variedade e características que cada terroir oferece, quando o assunto trata de espumantes do Novo Mundo, a designação desse líquido borbulhante e delicioso é sempre a mesma.

No entanto, sabia que a nomenclatura muda quando o tema é Velho Mundo? Temos diversos nomes, do mais famoso, o francês Champagne, ao espanhol Cava e o italiano Asti.

A diferença na forma como são chamados não é a única, afinal, a elaboração de cada um deles obedece a um determinado conjunto de regras. Não que os espumantes do Velho Mundo sejam superiores aos do Novo Mundo – ambos têm características próprias, que se traduzem em resultados surpreendentes na taça, mas vamos dizer, simpaticamente, que receber nome próprio é um privilégio dos veteranos.

Saiba mais a seguir.

Espumantes da França

Champagne

O espumante mais famoso do mundo está ligado a uma localização específica, Champagne, região vinícola mais ao norte na França. Entre as regras de produção está o método Champenoise, também chamado de Tradicional ou Clássico, que se diferencia por realizar a segunda fermentação dentro da própria garrafa.

O período mínimo de amadurecimento do Champagne é de 15 meses para os exemplares não safrados (elaborados com uvas colhidas em anos diferentes) e três anos para o Champagne vintage (safrado).

A Denomininação de Origem (D.O.) permite apenas a utilização de Chardonnay, Pinot Noir, Meunier, Pinot Blanc, Pinot Gris, Arbane e Petit Meslier, sendo as três primeiras as mais utilizadas. Quando produzido com uvas brancas, o Champagne é especificado como “blanc de blancs”, ou seja, espumante branco feito com uvas brancas. Caso seja utilizadas uvas tintas, são chamados de “blanc de noirs”, ou seja, espumante branco feito com uvas tintas.

Os Champagnes mais nobres são de parcelas de vinhedos específicas ou de áreas com terroir conhecidas como “cru”. Os safrados, elaborados apenas a partir de excelentes safras, que trazem o ano da colheita impresso no rótulo.

Crémant

É o termo oficial utilizado na França para designar vinhos espumantes finos, uma curiosidade é que em francês, “crémant” significa “cremoso”. Esse exemplar é elaborado fora da região da Champagne e pelo método tradicional, ou seja, com segunda fermentação na própria garrafa.

Uma boa história sobre esse vinho é que, ao visitar Limoux, no Languedoc, o rei Luís XIV provou o Crémant e, encantado com a personalidade do vinho gasoso, seco e forte, pediu aos produtores da Champagne para elaborarem uma bebida com características semelhantes. Assim teria nascido o hoje aclamado Champagne.

Ao todo, o Crémant abrange uma D.O. em Luxemburgo e oito na França. Algumas regiões permitem apenas a produção de brancos, outras autorizam também os rosés. Cada uma das D.O.s de Crémant possui uma série de regras específicas e rigorosas.

Espumantes Saumur e Vouvray, Val de Loire

Assim como acontece com as outras D.O.s de espumantes, Saumur e Vouvray também possuem regras relacionadas ao cultivo das uvas, vinificação, rendimento das vinhas, tipo de garrafa, graduação alcoólica mínima, entre outras condições. Ambas contam com o trabalho de produtores muito competentes, que vêm obtendo resultados excepcionais com os espumantes.

A Saumur só pode ser produzida na D.O. homônima – a mais importante do Vale de Loire. É permitida a elaboração de espumantes brancos e rosés, sempre por meio do método tradicional. O amadurecimento mínimo exigido é de nove meses. Já a Vouvray, elabora somente espumantes brancos e pelo método tradicional. A única variedade permitida é a Chenin Blanc, embora no blend seja autorizada a adição de mínima quantidade de Arbois, sempre cultivada em Vouvray. O estilo lembra o do Saumur Brut.

Espumantes da Espanha

Cava

Cava é o nome de uma Denominação de Origem na Espanha, que envolve as províncias de Alava, Badajoz, Barcelona, Girona, La Rioja, Lleida, Navarra, Tarragona, Valencia e Zaragoza. Dentro de cada província existem áreas específicas delimitadas pela denominação. 

O conselho regulador da D.O. Cava permite produzir espumantes brancos e rosés, e, entre as uvas permitidas para a sua elaboração, estão as brancas Macabeo (também chamada de Viura), Xarel.lo, Parellada, Subirat Pai (igualmente conhecida como Malvasia) e Chardonnay.

Já entre as tintas, estão: Garnacha Tinta, Monastrell, Pinot Noir e Trepat. Apesar da permissão para a utilização de todas essas variedades, o assemblage clássico do Cava une as brancas Macabeo, Xarel.lo e Parellada. A uva tinta Trepat, por sua vez, só pode ser utilizada na elaboração do Cava rosé.

Espumantes da Itália

Asti

Localizada no Piemonte, Asti é uma Denominação de Origem Controlada e Garantida (D.O.C.G.), a mais alta classificação de vinhos da Itália. Nesta denominação, que tem a Moscato Bianco como a única uva autorizada, é produzido um espumante branco e aromático, com baixa graduação alcoólica e paladar naturalmente adocicado.

O espumante elaborado pelo método Asti é submetido a uma única fermentação alcoólica que não se completa – quando o produto, em fermentação, atinge o mínimo de 7% de álcool, o processo é interrompido. Isso faz sobrar açúcar, ocasionando uma baixa porcentagem de álcool, se comparado a outros espumantes. Por isso, os Asti são doces no paladar devido ao método, e não a uva utilizada.

Prosecco

Situada no nordeste da Itália, a área de produção do Prosecco abrange cinco províncias do Vêneto – Treviso, Veneza, Vicenza, Pádua, Belluno – e quatro de Friuli Venezia Giulia – Gorizia, Pordenone, Trieste e Udine. Inseridas na província de Treviso, também no Vêneto, existem outras denominações ainda mais específicas, localizadas entre as regiões de Conegliano e Valdobbiadene.

Lambrusco

Proveniente da Emilia-Romagna, no norte da Itália, o Lambrusco frisante pode ser branco, rosé ou tinto, produzido tanto com uvas brancas quanto com tintas, sendo a uva Lambrusco o grande destaque.

Além de dar nome a uma família de uvas, que possui 13 subvariedades já identificadas, Lambrusco também nomeia Denominações de Origem Controladas (D.O.C.). Com regras mais flexíveis, que proporcionam maior liberdade ao produtor, existem as I.G.P. Lambrusco, em Emilia-Romagna e na Lombardia.

A maioria dessas denominações exige um mínimo de 85% da uva Lambrusco na composição dos vinhos. Para os 15% restantes, são permitidas outras variedades. Já a graduação alcoólica mínima varia de 10,5% a 11%, também dependendo da denominação.

Franciacorta

Ainda pouco conhecido no Brasil, o italiano Franciacorta, produzido na província de Brescia, na Lombardia, é um espumante elaborado pelo método tradicional. Uma das exigências dessa D.O. é o amadurecimento mínimo de 18 meses sobre as borras finas. Podendo ser branco ou rosé, o Franciacorta só pode ser elaborado com as uvas Chardonnay, Pinot Nero, Pinot Bianco e Erbamat, além do tradicional Franciacorta. 

Espumantes da Alemanha

Sekt

Produzido pelo método Tradicional, o Sekt é o espumante mais emblemático da Alemanha, país que, curiosamente, é o maior consumidor de espumantes do mundo. Seu amadurecimento é feito sobre as borras finas, por, pelo menos, nove meses. Outra particularidade: as uvas para elaborá-lo devem ser colhidas manualmente e cultivadas nas áreas especificadas pela VDP (Verband Deutscher Prädikats), o mesmo que Denominação de Origem.

Entre as variedades autorizadas estão a Riesling e a Pinot Noir. Outras uvas também são permitidas, a maioria nativa do país. O Sekt possui algumas classificações de acordo com as variedades utilizadas: o Deutscher Sekt bA é o espumante feito com uvas cultivadas apenas em uma das 13 regiões vitivinícolas da Alemanha. Já o Deutscher Sekt é o espumante feito apenas com uvas nativas daquele país.

Gostou das dicas? Então, agora, confira alguns rótulos de vinhos que citamos acima.

Espumantes 

Champagne Montaudon Brut.:  cremoso, com boa acidez e médio corpo, esse espumante harmoniza perfeitamente com comidas finas, como ostras e salmão. Mas também é uma excelente pedida para acompanhar peixes, risoto de lula, moqueca e até pastel de queijo.

Espumante Henri Maire A.O.C. Crémant du Jura Brut: com aroma floral e de frutas brancas maduras, esse espumante possui um sabor elegante, leve e muito refrescante. Harmoniza bem com carpaccio de polvo, nozes, azeitona, gratinados e bolinho de tilápia.

Champagne Moët & Chandon Impérial Brut: com boa presença, estruturado e cremoso, o Chandon tem um aroma de maçã verde, pêssego e flores brancas. Combina bem com empanadas, folhado de salmão, codorna e nossa tradicional moqueca capixaba.

Espumante Real De Aragón D.O. Cava Brut:  com um tom amarelo claro brilhante, esse espumante é cremoso, fresco e gastronômico. Bom corpo e bem equilibrado, é perfeito para harmonizar com paella, mariscada e até churrasco.

E qual é o seu espumante preferido do velho mundo? Seja qual for a opção, você pode receber no conforto da sua casa do jeito que merece. Acesse o nosso site, escolha o seu favorito e deguste.

Escrito por: Wine