A história por trás dos rótulos

Dizem que quem vê cara, não vê coração. E que comprar um perfume pela embalagem ou um disco pela sua capa é um risco muito grande a se correr – o conteúdo nem sempre é garantia de sucesso.

Para não cair em cilada (e ainda curtir ótimas histórias), selecionamos quatro vinhos que guardam maravilhosos segredos por dentro e por fora da garrafa.

PI 3,1415 Garnacha Blanca 2016

Este vinho branco, elaborado em Aragón, na Espanha, pela Bodegas Langa não é “apenas” um varietal da pouco conhecida Garnacha Blanca. Seu nome faz referência à constante matemática que representa a singularidade deste exemplar: ele é o resultado da seleção de 3,14 hectares da uva local.

Bacalhôa Meia Pipa Private Selection Castelão Syrah 2014

Essa assemblage portuguesa de Castelão com Syrah traz em seu rótulo o termo Meia Pipa. Esse é o nome dado às barricas de carvalho no país – “meia pipa” são barricas de 250 litros.

Mas os segredos por trás desse lindo rótulo não param por aí. Sua ilustração foi desenvolvida como uma forma de homenagem a uma raposa – animal comum na região de Península de Setúbal onde está a Bacalhôa Vinhos de Portugal. Esta raposa, certa vez, encontrou uma barrica de carvalho (a tal da meia pipa) vazia e tombada, em uma área tranquila da vinícola. Gostando do ambiente do vinho, ela passou a utilizar a barrica para descansar durante o dia e habitar o local, até que um dia desapareceu. Só pela simpatia, ela merece esse singelo tributo, você não acha?

Parlanchín D.O.Ca. Rioja 2017

O estilinho do personagem que ilustra a garrafa deste vinho já entrega a sua leveza. Feito a partir das uvas Tempranillo e Garnacha na renomada Rioja, o Parlanchín – que em espanhol significa falador – é um tinto moderno, com rótulo irreverente, fácil de beber e na qual a melhor harmonização é feita com um bom bate-papo.

Encostas de Estremoz Bis Rosé 2017

“Não guarde a sua garrafa para uma melhor ocasião; esta é a ocasião ideal, e depois de novo BIS – repita!”. Essa é a frase que costuma ser usada pela vinícola Encostas de Estremoz para definir a linha da qual faz parte este vinho rosé alentejano elaborado a partir das castas Touriga Nacional e Castelão. Suas bebidas são tão gostosas que sempre devem ser repetidas. Daí o nome: BIS.