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Sommelier Wine

Uva Riesling: tudo o que você precisa saber sobre a casta alemã

20 março 2013
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A casta superou a má fama do passado, e hoje dá origem a bons vinhos aromáticos produzidos não somente em sua terra natal. Conheça mais sobre a Riesling!

Considerada por alguns especialistas como a principal uva branca do universo enológico, a Riesling tem uma história longa, que vem de tempos mais antigos. 

Os primeiros registros históricos que documentam a existência da variedade são do século XV, mais precisamente do ano de 1435. 

Na época, foi feito o inventário de um armazém localizado na pequena cidade alemã de Rüsselsheim, onde existia uma tal uva chamada Rießlingen. 

Dica de leitura: Aprenda a conservar o seu vinho com estas dicas infalíveis

A existência da cepa ainda consta em diversos outros documentos da época, mas somente em 1552 surge o termo utilizado até os dias atuais: Riesling.

Há quem defenda uma outra versão: a de que a Riesling já era cultivada pelos romanos nas proximidades dos vales dos rios Mosel e Reno, na Alsácia e na Alemanha, respectivamente.

Para se ter uma ideia, hoje em dia estima-se que a metade das uvas Riesling cultivadas em todo o mundo estão em terras alemãs, onde há plantações de norte a sul.

Ainda que a Alemanha seja o principal país produtor da casta, a Riesling também é cultivada no leste da França e na Áustria, e vem ganhando cada vez mais espaço em países como a Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá. 

Mas atenção a um detalhe importante: não confunda a uva Riesling com o Riesling Itálico. As variedades são distintas!

Vinhos de Uva Riesling têm complexidade de aromas 

Independente da origem e do local do cultivo, o fato é que as uvas da variedade Riesling são capazes de originar desde bons vinhos secos até os exemplares doces. 

A maior parte deles tem grande potencial de guarda e envelhecimento, além de uma complexidade bem típica da Riesling, que costuma representar de maneira fiel o terroir em que foi cultivada.

Os rótulos da Riesling costumam ter aromas finos, elegantes, intensos e alta acidez, além de sabor fresco e níveis alcoólicos relativamente mais baixos. 


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No passado, havia um mito de que os vinhos produzidos a partir da Riesling não eram de boa qualidade. 

Isso ocorreu por conta de alguns erros cometidos durante o processo de elaboração do vinho, principalmente por parte dos produtores alemães.

Com o passar dos anos, porém, os métodos se aprimoraram, e a Riesling passou a ser reconhecida por seu potencial e pela elegância, e também por dar vida a vinhos inconfundíveis, com aromas marcantes. 

Imagem ilustrativa para post sobre uva riesling

Resistente a invernos mais rigorosos

As vinhas da Riesling exibem madeiras bem firmes e duras, fazendo com que a casta seja bastante resistente aos invernos mais rigorosos de locais como o norte da Alemanha. 

A casta não apenas é mais resistente ao clima frio, como também se desenvolve melhor nestes casos, porque seu processo de maturação, que deve ser lento e gradual, é prolongado. 

É justamente o longo período de maturação que contribui para a concentração de aromas deste tipo de uva.

A Riesling até se adapta a regiões mais quentes, mas o problema é que as uvas amadurecem muito mais rápido, perdendo o potencial aromático. 

Considerada uma variedade completa, com grande potencial a ser explorado, a Riesling não costuma ser incluída em blends, para que sua complexidade e elegância não se percam. 

Além disso, os alemães também têm mais tradição na elaboração de vinhos varietais

Harmonizações com vinhos Riesling

Os vinhos feitos a partir da Riesling têm coloração amarela, eventualmente em tons desbotados ou até mais esverdeados. 

Em geral, as bebidas têm teor de acidez ligeiramente mais alto que os outros vinhos, e trazem aromas que remetem a frutas, como pêssego e maçã. 

À medida em que os vinhos vão amadurecendo, os aromas frutados saem de cena para dar espaço às notas minerais. 

Por conta da acidez bem marcante nos vinhos Riesling, os exemplares secos ou meio-secos desta casta podem ser bons acompanhamentos para pratos mais untuosos, porque ajudam a “limpar” a gordura no paladar.

Entre os preparos indicados para ir à mesa com um bom Riesling, estão:

  • Eisbein, o famoso joelho de porco preparado ao modo alemão;
  • Peixe frito; 
  • Moules et frites (mexilhões preparados ao estilo belga/francês);
  • Lula à dorê e outros frutos do mar;
  • Aves em diferentes preparos;
  • Queijos salgados (como gorgonzola);
  • Embutidos como presuntos e salames.

Já os exemplares de perfil mais doce podem ser apreciados sozinhos, como aperitivo, ou acompanhar sobremesas com gostinho mais cítrico, como:

  • Cheesecakes;
  • Strudel com recheio de maçã;
  • Panna cotta;
  • Mousses de limão ou maracujá, por exemplo.

Conheça vinhos Riesling disponíveis na Wine

Cartagena D.O. San Antonio Valley Riesling 2020

Com bom potencial de guarda (até cinco anos), este exemplar chileno é elaborado pela Viña Casa Marín, conhecida pela alta qualidade e também por ser a primeira vinícola comandada por uma mulher no Chile. 

Produzido na região do Valle de San Antonio, o vinho branco produzido com a uva Riesling revela no olfato aromas de flores, camomila, pêssego e mel.

O paladar é sedoso, com frescor na medida para equilibrar o açúcar residual. É indicado para ir à mesa como aperitivo, ou para acompanhar ceviche, ostras, sopa de camarões picantes e leite de coco ou mesmo carne ao curry.

Ballade Riesling 2020

O rótulo brasileiro é produzido com uvas Riesling cultivadas em vinhedos próprios do grupo Miolo, localizados na região da Campanha Central. 

Por ser refrescante, o exemplar é uma boa pedida para momentos de descontração em dias quentes, e deve ir à mesa a uma temperatura de 8 °C. O potencial de guarda do Ballade Riesling 2020 é de três anos. 

As notas olfativas remetem a aromas cítricos como lima, limão e pomelo. No paladar, o vinho é jovem e agradável, com bom frescor devido à acidez equilibrada.

Para harmonização, as sugestões são camarão empanado, peixe ao forno com legumes, salada de folhas com salmão, arroz de frutos do mar, bolinho de bacalhau, ou até mesmo um suculento galeto recheado.

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Escrito por: Wine