Conheça alguns dos enólogos famosos no mercado de vinhos
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O profissional é responsável por elaborar e acompanhar cada etapa da produção de um vinho. Saiba mais sobre a história de enólogos de destaque
O processo de produção de um vinho envolve muitas etapas e um dos profissionais envolvidos precisa estar por dentro de todos os detalhes e procedimentos: se você também é um apaixonado pelo mundo de Baco, já deve ter ouvido falar sobre os enólogos, certo?
Desde o cultivo e seleção das uvas até o vinho ser engarrafado e ficar pronto para chegar ao mercado, é o enólogo que domina todas as fases da elaboração e que merece todo o reconhecimento e fama pela existência de bons exemplares nas adegas.
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Embora seja inegável a importância de cientistas famosos como Louis Pasteur e Jean-Antoine Chaptal para o avanço da viticultura moderna, o estudo da ciência de produzir vinhos começou a se profissionalizar mesmo no final do século XIX, com a inauguração da primeira escola de enologia do mundo, na Itália.
É também um francês que ostenta a fama de pai da enologia moderna: Émile Peynaud, falecido em 2004, mas com um vasto legado difundido pelo mundo. Peynaud conscientizou produtores quanto ao controle da temperatura durante a fermentação da bebida e também avançou nos estudos da fermentação malolática, etapa do processo responsável por reduzir a acidez e acrescentar textura ao vinho.
No Brasil, o primeiro curso de Viticultura e Enologia foi iniciado em 1959, em Bento Gonçalves, cidade considerada até hoje o berço da enocultura brasileira na Serra Gaúcha, responsável por revelar enólogos famosos atualmente tanto no mercado interno quanto em outros países consumidores.
Enólogos brasileiros famosos
Embora a fundação do primeiro colégio de Viticultura e Enologia tenha ocorrido no final dos anos 1950, a profissão de enólogo/enóloga só foi regulamentada no país em 2007.
Conheça algumas figuras importantes que unem tradição e modernidade na enologia brasileira!
1. Firmino Splendor
O enólogo e professor Firmino Splendor, natural de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, é um dos pioneiros nos estudos enológicos em terras brasileiras, e participou ativamente do desenvolvimento dos processos de fabricação de vinhos em sua região, onde ainda atua.
Em 2019, lançou o livro “60 anos da Escola de Viticultura e Enologia de Bento Gonçalves”, em que reúne parte da trajetória como ex-aluno da primeira turma do curso técnico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, e também como ex-professor (hoje aposentado).
Em outra obra, “A Epopeia da Uva Isabel no Rio Grande do Sul”, Splendor traz fatos históricos que mostram a importância da casta para a expansão da atividade enológica no Brasil.
2. Gregório Salton
Com mais de um século de história, a vinícola Salton tornou-se sinônimo de tradição quando o assunto é a produção nacional de bons vinhos.
Nos últimos anos, quem tem ajudado a escrever os novos capítulos para manter a vinícola no topo é o jovem enólogo Gregório Salton, integrante da quarta geração da família.
O especialista passou cerca de sete anos na Argentina, onde estudou a fundo sobre o ofício e também trabalhou na área.
Hoje, Gregório Salton aplica tudo o que aprendeu em uma das maiores e mais importantes marcas de vinhos do Brasil.
Ele é um dos responsáveis pelo projeto Malbec Classic, realizado pela Salton em parceria com o grupo argentino Peñaflor.
3. Adriano Miolo
Enólogo e superintendente da Miolo, Adriano Miolo também faz parte da quarta geração de sua família, que começou produzindo uvas ainda em 1897, e passou a elaborar o próprio vinho quase 100 anos mais tarde, em 1995.
Adriano foi o enólogo responsável por safras premiadas e famosas da vinícola, e tem contribuído para a evolução dos vinhos nacionais.
Em 2007, foi eleito o Enólogo do Ano pela Associação Brasileira de Enologia (ABE), instituição que também chegou a presidir mais tarde.
Sob a batuta de Adriano Miolo, o grupo produz em média 10 milhões de litros de vinho a cada ano, em uma área cultivada de vinhedos próprios, que somam cerca de mil hectares.
Além disso, a Miolo exporta vinhos brasileiros para mais de 30 países.
4. Monica Rossetti
Com carreira consolidada na Itália, Monica Rossetti também nasceu em Bento Gonçalves, e começou a trabalhar com vinho em 2000, ainda aos 17 anos, mas não por influência da família.
O encanto pelo universo dos vinhos surgiu durante uma visita trivial à escola de Enologia, ainda durante a adolescência.
Anos mais tarde, Monica cursou a formação superior em Enologia e Viticultura no Brasil e concluiu a especialização em Enologia, Viticultura e Mercados Vitivinícolas na Universidade de Udine, na Itália.
Há mais de uma década a enóloga presta consultoria técnica para vinícolas italianas de destaque.
A experiência nos dois continentes, Europa e América do Sul, contribuiu para que Monica Rossetti desenvolvesse um método de viticultura e enologia de precisão, conhecido como animavitis.
A enóloga, também embaixatriz do espumante brasileiro na Itália, contabiliza 36 colheitas ao longo dos mais de 20 anos de profissão.
5. André Larentis
André Larentis é outro expoente de destaque da nova geração de enólogos famosos pelo trabalho de excelência desempenhado no Brasil.
Atualmente, o enólogo André Larentis assina os vinhos da marca de sua família, originada no Vale dos Vinhedos, e também integra a diretoria da Associação Brasileira de Enologia (ABE), que promove anualmente o concurso Enólogo do Ano.
Ele começou com as experiências aos 12 anos, depois de furtar uvas e leveduras da vinícola da família e colocar para fermentar em garrafas pet.
Com o passar dos anos, teve oportunidades de aprendizado em lugares como a Califórnia, nos Estados Unidos, e em países da Europa.
A família Larentis foi uma das primeiras a cultivar variedades como Chardonnay e Cabernet Sauvignon em terras brasileiras, no final da década de 1970, e André Larentis mantém o legado de vanguarda da família.
Outros nomes famosos da enologia
Além dos nomes já conhecidos que citamos acima, existem diversos outros enólogos famosos. Muitos deixaram sua contribuição à história do vinho, enquanto outros continuam a ajudar a construir a trajetória de nossa bebida favorita.
Conheça mais alguns enólogos de fama mundial!
- Família Ribéreau-Gayon
O mentor de Émile Peynaud, Jean, era filho do também enólogo Ulysse Ribéreau-Gayon. A tradição do vinho continuou na família, e o filho de Jean, Pascal Ribéreau-Gayon, também se especializou na área.
Pascal desenvolveu pesquisas relacionadas principalmente aos polifenóis das uvas. O enólogo faleceu em Bordeaux, em maio de 2011, aos 80 anos.
- Michel Rolland
Um dos maiores enólogos do mundo, Michel Rolland nasceu em Bordeaux, em 1947.
Conhecido pelo perfeccionismo com o processo de elaboração dos vinhos, Rolland atua nos dias de hoje como consultor, e acumula mais de 200 clientes ao redor do mundo. O famoso enólogo ainda mantém a Bodega Rolland em sua terra natal.
No final dos anos 1980, durante uma visita à América Latina, Michel Rolland apaixonou-se por Mendoza. Desde então, passou a investir também em projetos na renomada região argentina.
- Pascal Marty
Formado em engenharia agrônoma e em enologia, Pascal Marty é mais um enólogo francês que se destaca na atualidade.
Ele foi responsável pela criação de renomados rótulos californianos, mas radicou-se no Chile. Marty tornou-se reconhecido no mercado pelo vasto conhecimento e técnica na elaboração de vinhos chilenos de qualidade.
Agora que já conhece alguns dos enólogos mais famosos e reconhecidos, acesse a Winepedia e confira outras curiosidades e sugestões sobre o mundo dos vinhos!