Queridinha para blends, boa para varietais: celebre o #CarignanDay
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A Carignan é muito requisitada para compor blends com outras uvas, mas também tem potencial para vinhos varietais. Saiba mais sobre a uva espanhola que faz sucesso no sul da França!
De origem espanhola, mais especificamente da região de Aragón, a uva Carignan foi se espalhando pelo resto do continente europeu ao longo dos séculos.
Atualmente, a variedade foi mais uma a ganhar um registro no calendário gastronômico: a cada ano, na última quinta-feira do mês de outubro, é celebrado o #CarignanDay.
A iniciativa é da Carignan Renaissance, instituição francesa que tem como objetivo divulgar a uva Carignan e os vinhos produzidos a partir dela.
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A organização também visa preservar a memória de conhecimentos técnicos e históricos que giram em torno do cultivo da Carignan.
Carignan: do Mediterrâneo para o mundo
A Carignan não é tão famosa no Brasil principalmente porque é mais utilizada em blends, para enriquecer cores, aromas e sabores de vinhos tintos e rosés, mas também é capaz de dar vida a bons vinhos varietais (confira as sugestões abaixo).
Acredita-se que em meados do século 14, a uva se espalhou mais entre o leste espanhol, o sul da França, a Sardenha, na Itália, e o norte da África.
Mais tarde, no século 19, a variedade foi trazida ao Novo Mundo, onde se adaptou em vinhedos de países como Estados Unidos, Chile e Argentina, que mantêm o cultivo da casta até os dias atuais.
Informações imperdíveis sobre a uva Carignan
- A uva é conhecida por mais de 60 nomes diferentes ao redor do mundo. Na França, onde a uva desembarcou por volta do século 12, pode ser chamada de Monestel, Roussillonen ou Catalan. Na Espanha, é conhecida por Cariñena
- Uma das características da variedade Carignan é a resistência aos solos mais secos, onde as uvas amadurecem bem e costumam render uma farta produção
- A casca da uva Carignan é grossa, e a coloração chama a atenção por ser bem escura
- Ainda que seja original da Espanha, a Carignan hoje em dia é mais cultivada nas localidades do Sul da França. Daí a explicação para o nome mais conhecido no mundo ser Carignan, a opção francesa
- Estudiosos dos assuntos ligados ao vinho acreditam que a Carignan tenha sido levada à região do Mediterrâneo pelos fenícios, que ocupavam a região na Idade Antiga. Como o amadurecimento é favorecido pela luz solar, a variedade se adaptou muito bem ao local
- Embora as características dos vinhos mudem de acordo com a região produtora, geralmente os vinhos feitos com a Carignan têm um perfil sensorial mais rústico, mas apresentam boa acidez e taninos potentes
- Na década de 1980, a Carignan chegou a alcançar o posto de uva mais cultivada da França
Com aromas e sabores complexos, os vinhos da uva Carignan rendem harmonizações que surpreendem
Sugestões de rótulos com a uva Carignan
Abaixo, confira as dicas de vinhos feitos com a uva Carignan disponíveis tanto no site da Wine, quanto nas lojas físicas e no aplicativo.
Há opções de vinho varietal, produzido apenas com a Carignan, e também de blends que ganham potência e complexidade com a presença da casta. Saúde!
Este varietal vem do Languedoc-Roussillon, uma das regiões francesas onde a Carignan se deu melhor com as condições climáticas.
Por lá, os produtores trabalham há décadas em busca dos melhores resultados para o terroir, considerado o maior da França.
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O La Jolie Carignan tem boa complexidade, com aromas de frutas negras, especiarias e tomilho. Tem passagem por barricas de carvalho francês, e pode ficar guardado por até três anos.
No paladar, é um vinho com acidez agradável, taninos macios e um mesclado de notas de madeira e frutas.
Combina com filé mignon ao molho madeira, com cheeseburguer com bacon e com risoto de quatro queijos, mas também é uma boa pedida com pratos como lasanha à bolonhesa e arroz de carreteiro.
Hook & Ladder Station Ten Red Blend 2016
Este rótulo norte-americano traz a Carignan em um blend rico em aromas e sabores, com as uvas Zinfadel, Cabernet Sauvignon, Petit Syrah e Alicante Bouschet.
Produzido no Russian River Valley, o vinho passa por 16 meses em barricas de carvalho francês e americano, quando ganha notas olfativas de frutas maduras como ameixa, especiarias e chocolate amargo.
Antes de ser consumido, o ideal é que fique por 40 minutos em decantação. Bom para ir à mesa a uma temperatura de 17 °C, é uma boa companhia para pratos como tiras de filé mignon ao molho barbecue, pizza marguerita, ragu de linguiça e risoto de cogumelos.
Terra Solsequia AOC Corbieres Grande Reserva Tinto 2018
O blend francês produzido na comuna de Corbières une a Carignan às variedades Grenache e Syrah.
Elegante e com bom potencial de envelhecimento (até sete anos), é marcado pelos aromas complexos de tosta proporcionados pelos verões secos com sol intenso no Mediterrâneo.
Com amadurecimento de quatro meses em tanques de aço inox com suas borras, este tinto revela ser encorpado no paladar, com final persistente.
Sirva-o com risoto de bacon com tomate seco, nhoque ao molho de calabresa, arroz de carreteiro ou calzone de brócolis.
Baron Philippe de Rothschild Mas Andes Rosé 2020
Conhecida pelo exigente padrão de qualidade, a Baron Philippe de Rothschild produz este rosé na região do Valle Central, no Chile, com a Carignan unida à Grenache e à Cabernet Sauvignon.
É um blend de alta qualidade, feito com uvas colhidas no momento ideal de maturação, e seguindo à risca as práticas veganas de produção.
Com notas olfativas de morango, cereja e flores, tem visual rosa pálido na taça e deve ir à mesa a uma temperatura de 9 °C.
O paladar é fresco, frutado e com final longo. Surpreende quando servido com ceviche de salmão, massas ao molho alfredo, lula à dorê ou com bolinho de risoto (arancini) recheado com queijos ou mesmo uma tilápia.
Para os veganos, a dica é salada de brotos com cogumelos refogados com tofu.
Château LEsparrou Intense I.G.P. Pays dOc Rouge 2019
O nome deste vinho francês faz referência a um monumento histórico chamado “Guide du Voyageur”, que desde 1813 serviu de inspiração de poetas e pintores, como Dali e Dufy.
É um legítimo tinto francês: elegante, versátil e com bom corpo. Tem potencial de guarda de até quatro anos.
As notas olfativas remetem a frutas vermelhas e a especiarias. Já o paladar tem taninos presentes, com boa persistência e final agradável.
É sugerido para acompanhar escondidinho de carne seca, picanha assada, massas com molho de cogumelos, legumes com medalhão de filé mignon, ou mesmo pizzas variadas.
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